Apoiada por parlamentares, organização apresentou petição em encontro com representantes do governo
Passados quase 25 anos da reforma da lei de controle da imigração que permitiu que os japoneses e seus cônjuges ou descendentes até a terceira geração (sansei) trabalhassem no Japão, uma organização que defende os estrangeiros reafirmou ao governo nesta segunda-feira a necessidade do país liberar o visto de longa duração para yonsei (quarta geração).
Apesar do pedido, o governo ainda não possui nenhuma resposta concreta em relação a liberação do visto, que é aguardado com bastante expectativa pela comunidade brasileira, mas disse que está analisando a proposta.
Tudo indica que o governo deve criar algumas imposições para conceder o visto aos nikkeis de quarta geração, como ter o estudo obrigatório concluído (shoogakkoo e chuugakkoo) para quem já mora no Japão. A necessidade de mais trabalhadores estrangeiros na atual conjuntura também deve pesar na decisão.
Essa foi apenas uma das diversas solicitações apresentadas aos representantes dos ministérios pela Rede Nacional de Solidariedade dos Trabalhadores Migrantes, organização formada por NPOs, sindicatos, grupos religiosos, estudiosos e especialistas que buscam construir uma sociedade japonesa multiétnica e multicultural.
Realizado na sede da Câmara Alta da Dieta (parlamento japonês), o encontro também foi acompanhado de perto pelos próprios membros (sangiin).
O grupo também pressionou o governo para as condições humanas e de trabalho dos “estagiários asiáticos” - os chamados kenshusei – que vem ao país por um determinado período para trabalhar a um baixo custo.
“O papel deste grupo de cobrar o governo é fundamental. A sociedade japonesa viveu muitos anos fechada e agora precisa abrir para a internacionalização”, afirmou Hidekichi Hashimoto, diretor-presidente da NPO ABC Japan, de Yokohama (Kanagawa), uma das entidades participantes do encontro.
“Os brasileiros, principalmente aqueles que optaram por viver no Japão, precisam valorizar o trabalho deles”, acrescentou Hashimoto.
Além das questões de imigração, os grupos também cobraram do governo soluções para os problemas relacionados ao trabalho, como o seguro social, normas trabalhistas, discriminação e regulamentação do trabalho doméstico.
Nesta terça-feira, a rede dará continuidade as discussões com a apresentação de questões ligadas à pobreza, educação e cuidados médicos.
Fonte: Alternativa