terça-feira, 5 de maio de 2020

Abe pede que especialistas elaborem roteiro para reabertura da economia

As pessoas precisam adotar um "novo estilo de vida", disse o premiê
primeiro-ministro do Japão

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, pediu a especialistas que apresentem um roteiro para a reabertura da economia sob as novas diretrizes de estilo de vida dentro de duas semanas, disse ele na segunda-feira, depois que o Japão estendeu seu estado de emergência até 31 de maio.

Abe também disse em entrevista coletiva que um ensaio clínico do medicamento Avigan está sendo realizado sem problemas e que um pedido para o uso do remédio antiviral Remdesivir contra o Covid-19 foi apresentado no Japão na segunda-feira.

O primeiro-ministro afirmou que vai avaliar a suspensão do estado de emergência se especialistas decidirem que isso é possível com base em análises detalhadas das tendências regionais de infecção. A declaração foi dada no início de uma reunião da força-tarefa do governo relacionada ao novo coronavírus.

Ele também disse que as restrições poderiam ser suavizadas em locais com poucas infecções e que bibliotecas e museus em todo o país poderiam reabrir com um número limitado de visitantes.

“Será um mês que precisaremos para encerrar essa pandemia. Também será um mês em que nos prepararemos para a próxima etapa”, disse Abe em entrevista coletiva.

Sentado ao lado de Abe, seu principal especialista e consultor Shigeru Omi observou que as taxas de infecção estavam caindo mesmo com a expansão dos testes, mas ele admitiu que o Japão ainda estava examinando apenas cerca de metade da sua capacidade diária de 15 mil testes. Ele instou as pessoas a se distanciarem socialmente, usarem máscaras e lavarem as mãos.

Abe pediu à população que se preparasse para uma longa batalha contra o vírus e pediu que continuassem praticando o distanciamento social. As pessoas precisam adotar um "novo estilo de vida" para a era dos coronavírus, disse ele.

O governo está gastando US$ 1,1 trilhão, equivalente a um quinto do Produto Interno Bruto (PIB), em medidas de estímulo para ajudar empresas e pessoas afetadas pela pandemia.

Na segunda-feira, Abe prometeu medidas adicionais para aliviar o impacto econômico das restrições, incluindo dinheiro para cobrir o aluguel, uma expansão da ajuda para proteger empregos e ajudar trabalhadores que perderam seus empregos.

"Vamos agir rapidamente para ajudar empresas e famílias", disse Abe.

Ao contrário de outros governos que forçaram as empresas a fechar e ordenaram que as pessoas ficassem em casa, o governo de Abe só pode solicitar o cumprimento das medidas, o que significa que alguns bares e restaurantes em cidades altamente infectadas, como Tóquio, permanecem abertos.

Nas 13 províncias mais atingidas (Tóquio, Kanagawa, Saitama, Chiba, Osaka, Hyogo, Fukuoka, Hokkaido, Ibaraki, Ishikawa, Gifu, Aichi e Quioto), o governo pretende reduzir em 80% o número de pessoas em áreas movimentadas de compras e entretenimento.

Abe pediu desculpas por não atingir esse objetivo na maioria dos lugares e disse que a meta de redução permanecerá, em uma tentativa de empurrar novas infecções para menos de 100 por dia, ou menos do que o número de pessoas recuperadas que recebem alta hospitalar.

Em sinal de que as medidas de bloqueio estavam funcionando, seus conselheiros disseram que os infectados já estavam, em média, passando o vírus para menos de uma pessoa.

Kenji Shibuya, diretor do Instituto de Saúde do King's College London, disse que os especialistas estão "enviando uma mensagem conflitante".

Eles dizem que a taxa de contato entre as pessoas não é baixa o suficiente, mas que a taxa de transmissão está abaixo de uma, "por isso é difícil dizer em que base eles chegaram à conclusão de estender a declaração", disse Shibuya.
Fonte: Alternativa com Reuters
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