quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Imprensa japonesa defende a brasileira que usou ajuda de retorno de ¥ 300.000

Coluna do jormal Mainichi diz que 'o país natal da brasileira Giullyane é o Japão'.

Coluna do jornalista Ryusuke Takahashi no Mainichi ShimbunO jornal Mainichi, um dos maiores jornais do Japão, publicou em 11 de setembro uma coluna defendendo uma nikkei brasileira de 21 anos, que usou a Ajuda de Retorno de ¥ 300.000, e que depois de regressar ao Japão este ano recebeu críticas na Internet de japoneses que acusam de "gastar o dinheiro público do povo japonês", como eles chamam de "parasita do país".

A coluna, escrita por Ryusuke Takahashi, um jornalista na agência de Mainichi em Hamamatsu, Shizuoka, enfatiza a necessidade e a urgência de criar novas regras para atender os nikkei, que nem os estrangeiros que vêm e vão rapidamente para seu país de origem, mas como "imigrantes que vivem no Japão", plenamente aceitados na sociedade, com acesso a uma educação que permita o cuidado e integração de seus filhos. Se o governo tratou-os com tal determinação "serviria para impedir que determinados japoneses ofendessem com palavras de preconceito ou discriminação contra eles", disse Takahashi .

A mídia japonesa em geral, prefere não usar a palavra "imigrante" ou "Imin" em japonês, falando do estrangeiro que vem para viver no país, mas este repórter usou, o que é bom. Neste sentido afirma que, acima de tudo, deve -se reconhecer que "o país natal da brasileira Giullyane é Japão porque ela passou sua juventude em Hamamatsu e conheceu o homem que é agora o seu marido".

O caso de Giullyane chamou atenção logo que seu marido iniciou um processo judicial contra o Ministério da Justiça do Japão por negar o visto a sua mulher por usar a ajuda de retorno. Antes da primeira audiência, a Imigração aprovou o visto da Giullyane como esposa de descendente e não como nikkei, status que perdeu quando estava no Brasil sem poder voltar para o Japão.

A coluna de Mainichi termina dizendo que "o governo japonês deve quebrar o fio negativo do visto para nikkei como dekasegi, ou estrangeiros que irão passar pelo Japão, e tomar medidas para a inclusão social deles como imigrantes" que vieram para ficar.

Enquanto isso, o governo japonês continua sem apresentar uma posição clara sobre a reentrada das pessoas que usaram a ajuda de retorno entre 2009 e 2010, durante a crise financeira, sob o governo nacionalista de Taro Aso.

Os nikkeis foram seduzidos a aceitar o dinheiro para a sua passagem de volta para os seus países de origem, em troca de não retornar ao Japão em três anos, embora a autoridade japonesa deixou em aberto a possibilidade de prorrogar o prazo de acordo com a situação da economia.

Desempregados e com cobertura social justa, mais de 21 mil nikkei, a maioria brasileiros, usaram a ajuda para escapar da crise. Agora, vários deles manifestaram a vontade de voltar ao Japão.
Fonte: IPC Digital

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